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9 de dezembro de 2011

Vontade de falar.

Ela sentia uma vontade enorme de expressar sua opinião, de dizer o que pensava, de dar conselhos e falar tudo o que sentia. Ao menos uma vez, ela queria que alguém ouvisse suas ideias. Ela só queria falar, falar, falar... Mas não encontrava ninguém que quisesse ouvir. As pessoas estavam preocupadas demais em falar e não tinham nenhum tempo para ouvir. Muitas vezes teve de ouvir coisas absurdas "para o seu bem". Depois de ouvir várias e várias vezes as mesmas coisas, ela disse "Chega, eu já entendi!" e lhe disseram que ela não sabia ouvir e não queria encarar os fatos. Diziam coisas que ela já sabia, coisas que ela já estava cansada de saber. Falavam que ela precisava encarar fatos que ela já havia encarado há séculos. A menina procurou várias maneiras de demonstrar quem ela realmente era, mas todos só viam quem imaginavam que ela fosse. Ninguém a conhecia por completo, pois ninguém se importava em conhecê-la. Ela tentava dizer que ela não era daquela maneira, mas ninguém parecia prestar atenção nos seus argumentos. Ela tinha mágoas e queria dividir isso com alguém. Ela vivia em um conflito, mas ninguém se importava com isso. Ninguém se importava com ela. Teve de ouvir, várias vezes, diferentes pessoas dizerem "Eu não me importo com o que você pensa" e "Eu não me importo com a sua opinião". Quando ela pensava que havia encontrado alguém que pudesse ouvir o que ela tinha para dizer, a pessoa dizia "Você fala demais!". Ela não falava demais, ela não tinha dito nem a metade. Um dia ela percebeu que ninguém no mundo iria se importar com a opinião dela, que ninguém no mundo iria dar importância para suas palavras. Então ela pegou uma caneta e um pedaço de papel e percebeu que escrever era melhor do que falar. Alguns disseram que ela era louca, mas dessa vez quem não se importou foi ela. Pois se não se importavam com a opinião dela, ela não iria se importar com a opinião de ninguém. E até hoje, quando se sente sozinha, ela escreve e se sente completa. Quando ela sente vontade de dizer tudo o que pensa, ela escreve. Porque seu caderno e sua caneta eram as únicas coisas que davam alguma importância para o que ela pensava.

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