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21 de novembro de 2011

Eu quero paz.


Chegamos ao ponto extremo. Chega de lágrimas, chega de dor, chega de guerra. Será que ninguém percebe que eu estou cansada de viver em um local de combate? Será que ninguém percebe que eu estou cansada de ver bombas e tiros diariamente? Eu estou prestes a jogar uma bomba que vai destruir tudo, acabar de vez com isso. Mas será que essa é mesmo a solução? Pois, se eu jogar esta bomba, consequências piores podem surgir. Se eu jogar esta bomba, posso estar só piorando a situação. Mas eu já não quero mais viver no meio de granadas e armas, gritos e lágrimas. Eu só quero um pouco de paz. Será que é pedir demais? Sim, é pedir demais, pois eles querem lutar, eles querem brigar, eles querem explodir tudo. Eles querem me explodir. Na verdade, eles nem ligam para minha existência, eles nem percebem que eu estou aqui, vendo tudo isso acontecer. Vendo tudo calada. Talvez se percebessem que eu estou aqui, sofrendo no meio disso tudo, tentariam chegar a um acordo. Talvez se percebessem, pensariam duas vezes antes de planejarem outro ataque. Eu só queria que eles percebessem que eu estou aqui... Mas como? Como eles iriam perceber que eu sou a que mais sofre com tudo isso se a fumaça tomou conta de seus olhos? Eles não enxergam mais nada, eles só enxergam o ódio estampado no rosto do inimigo, eles só enxergam o próprio ego, nada mais. Eles nunca conseguiriam me ver, então eu comecei a gritar. Mas eles não conseguem me ouvir. O barulho dos tiros é mais alto do que meus gritos, o barulho da dor é mais alto do que qualquer coisa que eu diga. E agora eu estou aqui, sozinha, no meio disso tudo. Estou aqui, tentando criar alguma esperança, mas esperança é algo que já morreu há muito tempo pra mim. Eu me sinto fria e sozinha, tendo que guardar toda a mágoa dentro de mim. Sem nada, pois eles tiraram tudo de mim. E você sabe qual a pior parte disso tudo? É que as únicas pessoas em quem eu poderia confiar, as únicas pessoas que nunca me negariam colo ou proteção, as únicas pessoas que me ajudariam nessa situação estão cegas e surdas, no meio de toda essa devastação, tentando sobreviver nesta incansável luta. As únicas pessoas que poderiam me ajudar a sair dessa guerra são as pessoas que começaram essa guerra.

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4 de novembro de 2011

Caixas de vidro.

Um dia, eu resolvi guardar todos os meus medos em uma caixa de vidro. Como sobrou espaço, coloquei na mesma caixa todas as mágoas de um passado não tão distante. Ainda tinha um pouco de espaço, então eu resolvi completar com os meus sentimentos e a tranquei. Carreguei essa caixa comigo durante muito tempo e ela nunca me incomodou. Ela não me incomodava pois era um refúgio para todos aqueles sentimentos que eu não queria sentir. Depois de muito tempo, a caixa ficou cheia demais e começou a se partir. Eu sabia que não teria mais escolha, uma hora ou outra ela iria quebrar e eu teria de guardar tudo o que havia naquela caixa dentro de mim. E foi neste momento que você apareceu. Você apareceu e logo percebeu a minha aflição. Eu expliquei que o sorriso em meu rosto logo iria desaparecer e você disse que não deixaria isso acontecer. Você prometeu não me abandonar e assim fez. Você estava ao meu lado no momento em que a caixa se quebrou. E quando todos aqueles sentimentos vinham em minha direção, você os desviou. Você absorveu muitos deles e fez os outros desaparecerem. Você fez com que todos os meus medos tivessem medo de si mesmos e os fez correr para bem longe. E o espaço vazio em mim, que logo estaria cheio de mágoas, você encheu de felicidade. Você fez isso sem pedir nada em troca, apenas um sorriso. E então você prometeu sempre me fazer sorrir, das maneiras mais inusitadas. Eu não entendi exatamente o porquê de você fazer aquilo, mas hoje eu percebo que você também tinha uma caixa e que ela já se partiu. E eu não estava ao seu lado quando a tua caixa se partiu. Eu sei que ela já se partiu pois eu consigo ver alguns pedaços do vidro te machucarem. Dá pra perceber que eles machucam mesmo que você disfarce e sorria o tempo inteiro, mesmo que você finja que está tudo bem. E todas as vezes que eu vejo um desses cacos de vidro, eu os tiro, com todo o cuidado de não te machucar mais ainda. Alguns te cortaram profundamente e são mais difíceis de tirar, mas eu prometo que não vou desistir até que o último caco de vidro seja retirado e a última ferida se cicatrize. E a única coisa que eu quero em troca é que um dia você possa sorrir em paz.

Dedicado à Carolina Souza Corrêa.

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3 de novembro de 2011

A menina perfeita.

Ela era uma garota que tentava ser perfeita. Ela podia não ser a mais linda nem a mais legal de todas, mas fazia de tudo para não decepcionar ninguém. Ela fazia tudo o que pediam na hora que pediam e não sabia dizer "não". Ela mudava de humor para ninguém questioná-la, ela não tinha um humor. Ela era o que queriam que ela fosse. Seguindo pelo mesmo caminho durante muito tempo, ela percebeu que isso não fazia sentido. Quando tentava ser perfeita para uns, ela se tornava imperfeita para outros. As qualidades que ela tinha de ter para uns eram os defeitos que os outros viam. Ela não gostava de ser questionada mas um dia, quando estava sozinha, questionou-se: "por que eu tenho de ser perfeita para todos, se ninguém tenta ser perfeito para mim?". Então ela começou a observar as outras pessoas e o modo que elas agiam, tratavam as outras pessoas e tratavam à si mesmas. Ela percebeu que algumas pessoas gostavam de expor suas opiniões e achou muito interessante o fato de elas terem uma opinião. Ela percebeu que existem pessoas tímidas e pessoas extrovertidas, pessoas brincalhonas e pessoas sérias, pessoas baixas, altas, brancas, negras... Pessoas de todos os tipos. E mesmo sendo tão diferentes, todas essas pessoas se aceitavam do jeito que elas eram. Elas não tentavam ser perfeitas para ninguém e mesmo assim, eram perfeitas para muita gente. Todas essas pessoas tinham personalidade. Então, depois de analisar todas as pessoas ao seu redor, a menina resolveu olhar para si mesma. Quem era ela? Ela era aquela que tentava agradar a todos e não agradava ninguém, aquela sem opinião, sem preferências, sem personalidade. Então, depois de muito pensar, a menina percebeu que ela só precisava parecer perfeita para uma pessoa: ela mesma.

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