Desilusão.

Como se um furacão tivesse passado e me tirado do meu mundo de fantasias, meu mundo caiu. Parecia que nada mais era o mesmo e pra falar a verdade, não era. Perdi o chão e cai, de muito alto, como se eu estivesse no 102º andar do Empire States e tivesse sido empurrada. Mas eu continuo aqui, com muita dor, mas eu continuo em pé. O que mudou foi que agora eu tenho um sonho destruído, olhos molhados e uma sede infinita de vingança, mas eu não tenho de quem me vingar, pois eu não tenho certeza de quem me empurrou, só tenho certeza de que eu cai. Eu cai, mas não cai sozinha, levei comigo o meu maior sorriso. Meu maior sorriso não sorri mais depois dessa queda. Parece que nada mais vai voltar a ser como era antes, parece que esse mundo é um lugar irônico demais pra mim, que tudo o que me fazia feliz se foi junto com meu maior sonho. Aquele sonho era o meu mundo, ele me sustentava, ele me dava equilíbrio, ele me fazia feliz. O que eu faço agora que não tenho mais meu mundo? Seria isso uma lição para me fazer amadurecer ou seria simples ironia dessa vida cruel? Aliás, se era pra me fazer amadurecer, não funcionou, pois eu não cresci com isso, eu só me reduzi a algo menor que um grão de arroz. Me diga, qual é a graça de dar um brinquedo para uma criança e tirá-lo de suas mãos antes que ela comece a brincar? Ver alguém chorando não é algo bom, certo? Ou só eu penso assim? Pra que mudar algo que não precisava ser mudado? Tantas perguntas sem resposta ecoam em minha mente. Chorar não vai adiantar, mas sorrir também não vai. Ficar triste não vai trazer outra oportunidade falsa para mim, mas ficar feliz com isso é impossível. Falar é fácil, difícil mesmo é sentir na pele o que é ter tudo o que te mantinha em pé arrancado de você em dois segundos. Falar é fácil, difícil é não chorar ouvindo as palavras que você mais temia. Nunca irei entender o porquê, mas eu nunca desistirei, eu não posso dar esse gostinho para eles.